quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Artigo sobre o Feliz Metal por Fátima Bandeira


VIII Semana Acadêmica de Comunicação (SEACOM): Jornalismo, ética e responsabilidade social da Universidade Federal do Acre - UFAC
03 a 07 de junho de 2019, Rio Branco - AC


O CENÁRIO ROCK UNDERGROUND EM RIO BRANCO – ACRE A PARTIR DA REALIZAÇÃO DO EVENTO FELIZ METAL[1]

Maria de Fátima Bandeira de Souza[2]

RESUMO
Este artigo trata-se de uma abordagem inicial a respeito do cenário do rock na cidade de Rio Branco, Acre, tendo como foco a realização do ‘Feliz Metal’. A pesquisa busca discutir elementos que contribuem para a permanência desse evento como um símbolo da cultura underground no Acre. Organizado há 15 anos, de maneira independente, trata-se do evento musical com maior permanência no Estado e volta-se, principalmente, para a divulgação de bandas fora da grande mídia e do cenário musical em geral. Para melhor compreensão do tema proposto, recorre-se aos conceitos de underground e tribalismo a partir dos estudos dos autores Leonardo Campoy e Michel Maffesoli. São apresentados, de maneira breve, as características do ‘Feliz Metal’, o uso e apropriação dos espaços de realização, as bandas participantes, o estilo musical predominante e os significados que o evento articula. Conclui-se que esse evento se constitui em um espaço de sedimentação da identidade heavy metal, pois promove o intercâmbio cultural entre diversas bandas e o público. Além disso, há a força da cena underground: o evento incentiva a criação de novas bandas e, mesmo com pouco financiamento, ao contrário de outros festivais realizados na cidade, o ‘Feliz Metal’ é o que permanece há mais tempo no Acre.
Palavras-chave: underground; tribalismo; heavy metal; Feliz Metal

UMA CENA DE CONCEITOS

O trabalho é uma proposta de apresentar um breve panorama do cenário musical rock no Acre. Busca-se expor essa cena musical sob a perspectiva do Feliz Metal, evento de rock que acontece anualmente na cidade de Rio Branco, Acre. Para isso, é necessário inicialmente, definir os conceitos que norteiam a pesquisa, a fim de possibilitar um melhor entendimento do objeto de estudo.
O termo que se destaca ao se falar em cenário musical e eventos de rock pesado e suas diversas vertentes é “underground”. O dicionário Michaellis traz algumas acepções sobre a expressão:
1. Diz-se de movimento que surgiu nos Estados Unidos da América na década de 1960, envolvendo teatro, cinema, imprensa e literatura, que questiona e contesta os valores culturais e sociais vigentes; udigrúdi.
2. Diz-se de peças teatrais, filmes, obras literárias e jornais pertencentes a esse movimento; udigrúdi (MICHAELLIS, online).

Maia (2015) apresenta o conceito de underground a partir das definições de cultura e contracultura, por entender que o underground é uma das faces da contracultura e é crucial abordar este elemento intrínseco.
Ao falar em cultura, Maia (2015) define que este termo é amplo e complexo para se apresentar uma única definição. Cultura deve ser pensada no plural, pois não existe “a cultura”, mas sim, várias “culturas”. O conhecimento, as artes, moral, costumes, crenças, enfim, tudo o que é produzido pelo homem faz parte da cultura.
Maia (2015) apresenta ainda a reunião dos conceitos de cultura em âmbito sociológico e antropológico. No que concerne ao campo da Sociologia, cultura “é um fenômeno amplo que está presente em toda a vida social” (MAIA, 2015, p. 83), podendo se manifestar de forma material, por meio de artefatos e objetos, ou de forma não-material, no campo das ideias, como arte, a ética, crenças, conhecimentos, técnicas e valores. Já no campo antropológico, leva-se em conta, também, o aprendizado do indivíduo, e a cultura é um fator essencial na diferenciação entre os comportamentos individuais.
Sobre contracultura, Pereira (1988) explica que o termo foi criado pela imprensa norte-americana, nos anos 1960, para classificar um conjunto de manifestações culturais que estavam surgindo nos Estados Unidos e em outros países que buscavam novas maneiras de pensar, encarar a realidade e se relacionar com o mundo. A característica básica é a contestação à cultura vigente, uma postura de crítica radical à sociedade: Contracultura é a cultura marginal, independente do reconhecimento oficial. No sentido universitário do termo é uma anticultura. Obedece a instintos desclassificados nos quadros acadêmicos” (PEREIRA, 2015, p. 13).

            Totalmente ligado a contracultura, o underground trata-se de uma cultura que não está preocupada em seguir modismos, padrões comerciais, e que se coloca contra a fama, o lucro e a grande visibilidade midiática. Manifesta-se na música, nas artes plásticas, na literatura. Segundo Hugo Ribeiro (2004):
A partir dessa definição, as bandas de rock underground são aquelas que não participam diretamente de grandes eventos midiáticos, sendo quase sempre marginalizadas pela mídia e sociedade em geral, desenvolvendo dessa forma, uma rede própria de comunicação e divulgação, e uma cena alternativa (RIBEIRO, 2004, p. 2).

            Heavy metal, ou “metal pesado”, refere-se ao gênero derivado do Rock N’ Roll, com guitarras distorcidas, batidas pesadas e vocais poderosos. Esse termo, segundo Nogueira (2003)[3], apareceu na música pop pela primeira vez em Born to be wild, da banda Steppenwolf, em 1968, ainda que o verso “heavy metal thunder” (trovão de metal pesado), não se refere às guitarras, mas ao barulho das motocicletas.
            Mas o heavy metal não é apenas um gênero musical. Esse estilo, então, vai muito além, pois manifesta-se por meio de roupas, poses, atitudes, nas letras de músicas, nos ritmos, na performance das bandas e no envolvimento prático com os fãs. Estes últimos não são apenas consumidores de música, mas tornam-se produtores de heavy metal, compondo músicas, produzindo show e transmitindo gravações. “Constituinte de grupos locais e produtor de estéticas sonoras, ele faz do heavy metal uma ação social e um modo de inserção na cidade” (CAMPOY, 2010, p. 23).
            Outra característica do heavy metal é sua segmentação. Campoy (2010) prossegue afirmando que é impossível especificar toda a miríade de sub-gêneros do heavy metal: há o trash metal, metal progressivo, power metal, black metal, death metal, doom metal, gore/grind, entre tantos outros. Todos representam variáveis estilísticas apresentadas pelas bandas. A diferença está na intensidade do som, na utilização dos instrumentos, nas diversas influências, nas letras e nos elementos apresentados nas músicas.

Mas tudo é underground, uma organização específica de mercado e de indústria da música que se deseja oculta na vida urvana, sempre a definir-se contra um inimigo externo: o mundo inautêntico e corrompido de modo geral contra o qual se combate (CAMPOY, 2010, p. 14).

            Devido à própria organização do evento Feliz Metal, que conta com a participação de várias bandas do segmento, apresenta-se o conceito de heavy metal extremo, a partir dos estudos de Campoy (2010).

À primeira vista, o gênero musical abordado repele os não-aficionados. Esse é um efeito desejado e explícito da ideologia que o acompanha. O metal extremo produz um som pesado, isto é, radicaliza a elaboração artística de uma sonoridade brutal e acelerada, da afinação distorcida, do vocal gutural; vem acompanhado de um imaginário que estiliza o mal, o abjeto, o horror (CAMPOY, 2010, p. 13).

O UNDERGROUND E O TRIBALISMO

Maia (2015) destaca a questão da sociologia do cotidiano. Tomando como pressuposto que o cotidiano refere-se não apenas a algo rotineiro vivenciado no tempo e no espaço pelos indivíduos, a autora traz as reflexões de Michel Maffesoli (1995) segundo o qual o cotidiano não pode ser entendido como um conceito, mas como um estilo, por ser mais abrangente.

 [...] De tudo o que foi dito, deve-se lembrar que o estilo pode ser considerado, stricto sensu, uma ‘encarnação’ ou ainda a projeção concreta de todas as atitudes emocionais, maneiras de pensar e agir, em suma, de todas as relações com o outro, pelas quais se define uma cultura. (MAFFESOLI, 1995, p.64, apud MAIA, 2015, p. 67)

O conceito de cultura, já citado aqui, é algo inerente para se entender o cotidiano. Maia (2015) fala que as questões emocionais presentes nas trocas entre o indivíduo e o outro são importantes, remetendo à alteridade, ou seja, o diferente, “considerar a existência de alguém que está na outra ponta, responsável por completar essa relação de troca social” (MAIA, 2015, p. 67).
A partir da obra de Maffesoli, dois conceitos podem ser destacados para se compreender melhor o objeto de estudo: socialidade e tribalismo. O primeiro refere-se ao “estar-junto” de forma espontânea, ou seja, os grupos sociais, como característica principal da pós-modernidade, não estão mais vinculados entre si por contratos ou normas estabelecidas, mas sim por um sentimento em comum. Hábitos, ideologias, costumes, motivações que estão no consciente de cada indivíduo passam a se manifestar no coletivo.

De maneira quase animal sentimos uma força que transcende as trajetórias individuais, ou antes, que faz com que estas se inscrevam num grande balé cujas figuras, por mais estocásticas que sejam, no fim das contas, nem por isso deixam de formar uma constelação cujos diversos elementos se ajustam sob forma de sistema sem que a vontade ou a consciência tenham nisso a menor importância. É este o arabesco da socialidade (MAFFESOLI, 1998, p. 107).

            Atrelado à socialidade, apresenta-se o termo tribalismo. Com o “declínio do individualismo” apontado pelo autor, os grupos sociais emergem como o lugar de inserção e permanência do indivíduo na coletividade. Dotados de coesão, partilha de valores, lugares e coerência nos ideais, esses grupos se organizam, defendem e contestam o que não está de acordo com o sentimento compartilhado. A partir desse termo entende-se também a questão do underground, presente nos eventos de metal extremo. A fala de Victor Michael Santos, um dos primeiros organizadores do Feliz Metal, retrata isso:

O underground é um movimento que é muito coeso, muito sólido e caminha diferente do que as pessoas imaginam que ele é. Tipo o underground não almeja ser o mainstream, o underground almeja ser coeso, autossustentável, fomentar essa contracultura, em todos os sentidos, não só na música, é no estilo de vida, são nas publicações que a gente tem, são os zines[4], que são as revistas, são os blogs, são as distros que fazem o papel de distribuir, de fazer circular o material das bandas, enfim. O underground não busca essa fama, esse sucesso que as pessoas imaginam que sejam o ponto final do underground. Nós estamos aqui hoje desconhecidos, mas não queremos ser um Iron Maiden. Nós temos nossas influências, mas não necessariamente queremos ser eles (SANTOS, 2019, entrevista).

A partir das reflexões de Maffesoli (1998), pode-se entender o Feliz Metal como um espaço onde se desenvolve a cena underground do Acre. Há a constituição de uma “tribo”, em que os valores e ideias fazem parte de um todo coerente. Não há espaço para o banal e efêmero, a cena underground é forte, rica e complexa.

É para dar conta desse conjunto complexo que proponho usar, como metáfora, os termos de “tribo” ou de “tribalismo”. Sem adorná-lo, cada vez, de aspas, pretendo insistir no aspecto “coesivo” da partilha sentimental de valores, de lugares ou de ideais que estão, ao mesmo tempo, absolutamente circunscritos (localismo) e que são encontrados, sob diversas modulações, em numerosas experiências sociais (MAFFESOLI, 1998, p. 28).

            A contestação como característica do underground e pode-se dizer também do tribalismo de Maffesoli, uma vez que é importante para a sobrevivência da “tribo” é um elemento fortemente presente no Feliz Metal e na cena heavy metal acreana. De acordo com Victor Michael, inicialmente a ideia era apenas fazer um evento em que todos podiam participar. No entanto, com o passar do tempo, conforme complementa Ricardo Costa foi necessário delimitar o posicionamento político e religioso do evento.
            “A busca sombria por uma totalidade estilizada pelo metal extremo só será percebida como verdadeira pelos praticantes se for empreendida no âmbito do underground” (CAMPOY, 2010, p. 239). Victor Michael Santos fala que são posicionamentos naturais do heavy metal estar contra religiões que mataram, contra intolerâncias políticas, discriminação e elitização. Dessa forma, conforme também complementa Ricardo Costa, o evento possui um posicionamento político de esquerda e não há mais a apresentação de bandas cristãs.
Dentro desse movimento, convivemos com pessoas que são usuárias de drogas ilícitas, que não são praticantes de religiões consideradas oficiais. São ateus, pessoas da umbanda, do candomblé, ou que seguem o satanismo filosófico. E essas pessoas, consideradas minorias, são execradas, sempre foram perseguidas por outros que se dizem cristãos, e que viram no heavy metal, com muito público, muitos jovens, uma oportunidade de vir e doutrinar. E tirar essa liberdade dessas pessoas, de pensar, de existir, de se afirmar. O heavy metal é um lugar, é um palco, um zine, um cd, enfim, onde nós temos nosso espaço de manifestação pública. Não seria coerente da nossa parte compactuar, abrir um espaço que foi conquistado com tanta dificuldade com quem sempre oprimiu a gente (SANTOS, 2019, entrevista).

            Atitudes e ideias, posicionamentos políticos e religiosos agora são selecionados. Isso pode ser verificado na concepção de Campoy (2010), em que este diz que o underground busca uma autenticidade. Papéis não podem ser encenados, constrangimentos não podem ser suportados, pois o indivíduo é dono de si. Sua verdadeira subjetividade se sincroniza com a objetividade das relações sociais.
            Além disso, pode-se pensar, a partir dessas reflexões, o Feliz Metal como um evento significativo para o público, pois é o momento em que o “consumidor passivo” tem acesso às bandas locais e o heavy metal é “injetado” em suas veias. Todos os elementos consolidam-se no show.

(...) o circuito só terá significado se ele confluir para o emanar do show. Para o praticante, o underground como um ‘todo orgânico’ só é vivenciado neste evento. Pensando junto com eles, é no show que a “chama do underground” é acesa e é no show que ela brilhará com a maior intensidade (CAMPOY, 2010, p. 255).

O FELIZ METAL EM CENA

O Feliz Metal é um evento beneficente de heavy metal que acontece anualmente em Rio Branco, Acre, voltado para o rock pesado e suas diversas vertentes. O festival nasceu em 2004, a partir de um grupo de seis amigos, que eram músicos e produtores: Ricardo Costa (Ricardinho), Roberto Padula (Bala), Igor Alves, Victor Michael Santos, Saulo Barros e Fábio Ferreira (Kill). Este grupo formou a Dream Cry Produções Artísticas.
Pode-se dizer que a ideia do Feliz Metal “surgiu após muita cerveja”: Ricardo Costa, atual produtor, e Victor Michael Santos, explicam que o grupo se reunia constantemente para beber cerveja, fazer churrasco e ouvir heavy metal. Inicialmente, como uma brincadeira, logo veio a ideia de vender as latas de cerveja e utilizar o dinheiro para uma festa.

Era mais uma reunião de uma galera que bebia, ouvia som junto, e reunia muita gente, na casa de alguém ou aqui na antiga CUT, na frente da casa do Ricardinho. Tinha o estúdio do Bala, que todas as bandas da cidade ensaiavam (...). A gente pensou “vamos juntar essas latas que a gente tá bebendo, fazer uma festa”. Meio de brincadeira, mas a história foi levada a sério e acabou que na época o alumínio estava bem valorizado. Deu uma quantia de dinheiro que a gente não esperava. Vimos que tinha grana para alugar um som, alugar um local e fazer todos os custeios de um evento. E a gente resolveu: vamos fazer um evento (SANTOS, 2019, entrevista).

Na época de realização de sua primeira edição, em 2004, a cena de heavy metal estava parada, pois as bandas, tanto as novas como as antigas, que ainda existiam, não tinham espaço para tocar. Mas já havia uma cena bem antes do surgimento do evento. Michael prossegue:
Havia uma cena antes da nossa. Eu costumo falar e pensar na cena do Feliz Metal como a segunda geração do metal ou do rock n’ roll, dessa cena aqui do Acre. Porque antes tinha uma galera, a qual o Igor da PI faz parte, o Franciscarlos CI, uma galera que é mais antiga que ouvia som e já se reunia pra conversar, compartilhar cassete, vinil e participava dos festivais (SANTOS, 2019, entrevista).

            Figura 1 – Cartaz de divulgação da primeira edição do Feliz Metal
Dessa forma, o primeiro Feliz Metal foi realizado na SBORBA, com a participação de cinco bandas acreanas e um grupo teatral. A entrada era possível mediante a doação de um quilo de alimento não perecível, que seria entregue a famílias carentes. O evento possui também um cunho beneficente que se mantém desde sua primeira edição.
Sobre o cunho beneficente, outra atividade com intuito solidário é realizada juntamente com o Feliz Metal. Além da arrecadação durante o evento, é realizado o Arrastão Solidário, em que, segundo Ricardo Costa, vários motoclubes de Rio Branco saem em um passeio pela cidade, arrecadando alimentos e roupas. O encontro passou a fazer parte do evento em sua quinta edição, em 2008.
Figura 2 – Público presente no primeiro Feliz Metal (Foto: Roberto Padula)
Segundo Victor Michael Santos, a primeira edição teve bastante público. A partir daí, o grupo de amigos viu que havia potencial para se realizar o evento todos os anos. Até sua terceira edição, havia a arrecadação das latinhas, mas o Feliz Metal também teve apoios dos próprios amigos que gostavam do evento, patrocínio de empresas privadas e participação em editais de incentivo à cultura.
O segundo Feliz Metal teve a participação da banda Steel Warrior, a gente já tinha comprado as passagens e a princípio tivemos um projeto aprovado em uma empresa privada. Mas no final a empresa decidiu não financiar. Deu um prejuízo muito grande. E os demais, a maioria na verdade, quando não tinha projeto de financiamento aprovado, os amigos se reuniam pra fazer (COSTA, 2019, entrevista).

Em 2018, o Feliz Metal chegou à sua décima quinta edição. Todos os anos anteriores, desde sua criação, foram realizadas edições, inclusive uma especial, contando com a participação de bandas do cenário heavy metal acreano, mas também de outros estados e países. Sua realização é um esforço coletivo das pessoas que fazem parte do cenário e gostam do gênero e, por conta de sua permanência, durante quinze anos, tornou-se o único festival de música com maior tempo de atividade no Acre.

Até 2019, são 15 edições, todas realizadas no dia 25 dezembro, além da edição especial que aconteceu no dia 27 de abril de 2018, e que comemorou 15 anos de existência do evento. Na oportunidade a banda Miasthenia foi a grande atração da noite. 53 bandas já passaram pelo evento, sendo: 17 de outros Estados Brasileiros, 02 atrações internacionais e 01 atração do interior do Acre (DREAM CRY, 2019, online).

            Além da SBORBA, o Feliz Metal foi realizado em diversos espaços da cidade. Ricardo Costa cita a antigas boates Lua Azul e 14 BIS, a Concha Acústica e Studio Beer, onde, desde 2017, é promovido. O organizador explica que não existiam locais de fato do heavy e muitos desses espaços quase não estavam sendo utilizados, logo o grupo foi se apropriando. Em muitas das suas edições não era cobrado ingresso, mas, após sua última edição na Concha Acústica (em 2016) e como forma de auxiliar no custeio do evento, há a cobrança de ingresso.
            A tabela a seguir apresenta todas as bandas que participaram do Feliz Metal. É importante destacar que os grupos musicais que não são originários na cidade de Rio Branco, possuem a identificação do seu local de origem.

Bandas participantes do Feliz Metal
1ª Edição – 2004
Lona Blues Boys (Rock e Bues); Soldier (Heavy Metal); Fire Angel (heavy metal tradicional/melódico); Silver Cry (Heavy Metal); Dream Healer (Heavy Metal)
2ª Edição – 2005
Silver Cry; Soldier; Bedroyt – Porto Velho/RO (Hard Rock/Heavy Metal); Steel Warrior – Itajaí/SC (Heavy Metal)
3ª Edição – 2006
Survive (Death/Metalcore); Silver Cry; Dream Healer; Fire Angel (Heavy Metal tradicional/melódico); Sortilégio – Porto Velho/RO (estilo); Incinerador – Porto Velho/RO (Death Metal)
4ª Edição – 2007
Survive; Silver Cry; Dream Healer; Crystal Lake – Leme/SP (Trash Metal)
5ª Edição – 2008
Survive; Silver Cry; Dream Healer; Fire Angel; Wildchild (Death/Speed Metal); Mártires (Death/Core); Metal Live (Heavy Metal); Raw Ride (Heavy Metal); Zebulom (Death/Trash Metal); Scalpo (Crossover/Trash Metal); Soldier; Suicide Spree (Death/Trash Metal); Bedroyt - Porto Velho/RO (Hard Rock/Heavy Metal); Torture Squad – São Paulo/SP (Death/Trash Metal).
6ª Edição – 2009
Survive; Silver Cry; Raw Ride; Suicide Spree; Seventy Hills – Cruzeiro do Sul/AC (Heavy Metal); Bedroyt – Porto Velho/RO; Sortilégio – Porto Velho/RO (Heavy Metal); Fates Prophecy – São Paulo/SP (Heavy Metal); Korzus – São Paulo/SP (Trash Metal)
7ª Edição – 2010
Kindom of Steel (Heavy Metal); Fire Angel; Raw Ride; Suicide Spree; Claustrofobia – São Paulo/SP (Metal)
8ª Edição – 2011
Maria Joana (Rock N Roll); Scalpo; Silver Cry; Discórdia (Grindcore); Guerrilla P.A. 44 (Mincecore/Grind); Raw Ride; Fire Angel; Suicide Spree; Pastore – São Paulo/SP (Heavy Metal)
9ª Edição – 2012
Scalpo; Discórdia; Fire Angel; Morte Lenta – Porto Velho/RO (Black Metal); Apokalyptic Raids – Rio de Janeiro/RJ (Black/Death/Trash Metal)
10ª Edição – 2013
Wall Of Death W.O.D (Trash Metal); Discórdia; Morte Lenta – Porto Velho/Rondônia; Nylon Maiden/Thomas Zwijsen – Holanda (Heavy Metal); Blaze Bayley – Inglaterra (Heavy Metal)
11ª Edição – 2014
Headless (Heavy Metal); Death Silence (Death Metal); Chaos AC (Trash Metal); Metal Jacket (Hard Rock/Heavy Metal); Turbo Aggressor – Porto Velho/RO (Heavy Metal); Dark Avenger – Brasília/DF (Heavy Metal)
12ª Edição – 2015
Lost Cause (Trash Metal); Death Silence; Born Hell; Road Wolf (Hard Rock, Heavy Metal); Fire Angel; The Classics (Rock Clássico)
13ª Edição – 2016
Condado Frank Oliver (Country/Punk Rock); NoMás (Grindcore/Noise/Crust/Mincer; Metal Jacket; Necromantticu (Black/Death Metal); Hylidae (Death/Trash Metal); Death Silence; Born Hell (Black/Trash Metal)
14ª Edição – 2017
Condado Frank Oliver; NoMás; Metal Jacket, Necromantticu; Hylidae; Death Silence; Born Hell
Edição especial – 27 de abril de 2018
NoMás; Metal Jacket; Necromantticu; Hylidae; Death Silence; Miasthenia – Brasília/DF (Extreme Pagan Metal)
15ª Edição – 2018
NoMás; Discórdia; Hylidae; Death Silence; PHC – Porto Velho/RO (Punk Hardcore); Aggresion – Campo Grande/MS (Metal)

As informações referentes ao gênero[5] de cada banda foram extraídas dos sites ou redes sociais de cada uma delas, da entrevista realizada com Ricardo Costa e pelo blog da Dream Cry Produções.
A partir da observação da tabela, verifica-se que o Feliz Metal, desde sua primeira edição, apresenta uma predominância de bandas de heavy metal extremo. Quanto a isso Campoy (2010) fala:
O que denominamos de metal extremo baseia-se nisso que Maurício chama de “coisa mais pesada”. Como ele mesmo me explica: “é esse metal mais brutal, mais rápido [...], é death, black, trash, grind, splatter, doom, enfim, esse tipo de som”. Mas Maurício, é mais pesado, é mais brutal, mais rápido em relação a quê? “Cara, em relação a esse metal mainstream, cheio de solo, gritinho agudo e firula [...], é metal, mais um outro tipo de metal, mais extremo” (CAMPOY, 2010, p. 30-31).
Um dos questionamentos que podem ser levantados ao se conhecer o festival é a sua realização na época natalina. Ricardo Costa considera que já é algo da cultura acreana saber que, no dia 25 de dezembro, geralmente às 17 ou 19 horas, se estendendo até a noite, é realizado o Feliz Metal. Para a resposta, já entra em cena uma das características do underground: o seu caráter contestador. O músico fala que o evento não é uma homenagem ao Natal, mas é uma forma também de contestá-lo, uma afronta. Isso também se refletiu nas artes que se tornaram mais “agressivas”.
Figura 3 – Artes de três edições do Feliz Metal

Outro aspecto é citado pelos organizadores. A partir do Feliz Metal muitas bandas surgiram no Acre. Victor Michael Santos também explica que antes não havia lojas especializadas, um público consumidor da música que é produzida aqui, mas, a partir do momento em que o evento foi sendo organizado, se consolidando, o cenário de heavy metal foi se expandindo.
As pessoas começaram a fazer questão de estar no evento, de comprar um CD, de comprar uma camisa, de se interessar por essa cultura, pela cultura do rock pesado. E existe uma geração hoje que são os filhos do Feliz Metal. São pessoas que tocam como a gente, que produzem. E as pessoas que são mais novas, que nem viram a primeira, a terceira edição, mas que hoje são público, que fazem questão de participar (SANTOS, 2019, entrevista).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
            Esta pesquisa apresentou, de maneira breve, o Feliz Metal e os significados que este evento articula a partir dos conceitos de underground e tribalismo, definições atreladas às questões de cultura e contracultura, essenciais para se entender a importância do evento no Estado.
            Conclui-se que a constituição do cenário do gênero heavy metal no Acre deve bastante a realização do Feliz Metal. Sua permanência durante quinze anos possibilitou que uma cultura underground se sedimentasse, unindo pessoas, bandas, produções, ideias, dinâmicas identitárias, entre outros elementos que fazem parte desse universo.
            Por se tratar de uma primeira abordagem sobre o heavy metal no Acre, esta pesquisa deixa lacunas, mas que devem ser preenchidas em estudos posteriores. Algumas reflexões nasceram durante o processo de elaboração deste trabalho, em conversas com as pessoas envolvidas e a partir das leituras empreendidas.
            O Feliz Metal é o evento que permanece há mais tempo no Estado, mas não é o único do gênero que é realizado em Rio Branco. Porém, é reconhecido pelas pessoas envolvidas como o que atrai mais público.
            Além disso, outros festivais de reconhecimento realizados em Rio Branco como, por exemplo, o Festival Varadouro, o Festival Acreano de Música Popular (Famp), o Festival Chico Pop, que obtiveram um financiamento para serem promovidos, não permanecem até hoje. O Feliz Metal, com pouco financiamento busca, pelas pessoas envolvidas, continuar como ‘tradicional’.
            A experiência de pesquisar sobre o Feliz Metal possibilitou entender como é constituído o universo do heavy metal no Acre, mas entende-se que há mais questões que podem ser aprofundadas. Nesse sentido, a pesquisa é uma contribuição e buscou abrir caminho para se pensar, registrar e analisar outros elementos da cultura acreana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOY, Leonardo Carbonieri. Trevas sobre a luz: o underground do heavy metal extremo no Brasil. São Paulo: Alameda, 2010.
COSTA, Ricardo. Entrevista concedida a Maria de Fátima Bandeira de Souza. 2019.
DREAM CRY. Feliz Metal – Atitude e Solidariedade – Dream Cry Produções. 2019. Disponível em: < https://felizmetal.blogspot.com/2019/04/felizmetal-um-festival-de-musica.html>. Acesso em: 02 mai. 2019.
FERREIRA, Fábio Gonçalves de Carvalho. Sexo, drogas e roko-loko: a representação social da identidade headbanger nas histórias em quadrinhos de Márcio Baraldi para a revista Rock Brigade. Monografia (Graduação em Jornalismo) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Acre. Rio Branco. 2014.
MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.
_____. Estilo e Cotidiano. In: A contemplação do mundo. Porto Alegre: Artes e ofício, 1995.
MAIA, Andréa Karinne Albuquerque. A cultura underground nas páginas do jornalismo cultural. Paraíba: Marca de Fantasia, 2015.
NOGUEIRA, Marcos. De onde vem o termo heavy metal?. Superinteressante, 30 nov. 2003. Disponível em: < https://super.abril.com.br/cultura/de-onde-vem-o-termo-heavy-metal/>. Acesso em: 26 mai. 2019.
PEREIRA, Carlos Alberto M. O que é contracultura? São Paulo: Brasiliense, 1988.
RIBEIRO, Hugo Leonardo. Notas preliminares sobre o cenário rock underground em Aracaju-SE. In: V Congresso Latinoamericano da Associação Internacional para o Estudo da Música Popular, IASPM-LA, Anais, 2004.
SANTOS, Victor Michael. Entrevista concedida a Maria de Fátima Bandeira de Souza. 2019.
UNDERGROUND. Dicionário online Michaellis. Disponível em: < https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/underground/>. Acesso em: 26 mai. 2019.





[1] Trabalho apresentado no GT 6 – Estudos Interdisciplinares da VIII Semana Acadêmica de Comunicação – Seacom 2019, realizada de 3 a 7 de junho de 2019.
[2] Jornalista graduada pela Universidade Federal do Acre. Email: m.fatima.bandeira@gmail.com.
[4] Zine ou Fanzine é uma publicação independente produzida por fãs de uma cultura em particular. “Trata-se de publicação alternativa movida pela paixão de criar, não possuindo pretensões financeiras, editam em suas páginas desde críticas literárias, musicais e cinematográficas, até contos, poemas e quadrinhos” (FERREIRA, 2015, p. 22).
[5] Esta pesquisa não se prolongará na descrição minuciosa de cada subvertente do gênero heavy metal, visto que foge aos objetivos do trabalho. Para isso, recomenda-se a leitura da obra de Leonardo Campoy (2010), Trevas sobre a Luz: o underground do heavy metal extremo do Brasil.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Feliz Metal - Atitude e Solidariedade - Dream Cry Produções

Feliz Metal é um festival de música beneficente que ocorre anualmente desde 2004, na cidade de Rio Branco, no Estado do Acre. É voltado principalmente para o rock pesado e suas diversas vertentes. Sua primeira e demais edições foram promovidas pela Dream Cry Produções Artísticas, que inicialmente era formada pelos músicos e produtores: Ricardo Costa (Ricardinho), Roberto Padula (Bala), Igor Alves e Victor Michel, e ainda Saulo Barros e Fábio Kill.
O evento reúne várias bandas que já renderam apresentações memoráveis, além de outras atividades, como apresentação de documentários, debates e palestras, sempre mediadas pelo vocalista e Doutor em História Prof. Wlisses James (UFAC - Acre).
Nos palcos da Feliz Metal já tocaram mais de 53 bandas, entre artistas independentes e bandas consagradas do metal brasileiro e estrangeiro. A primeira edição do festival que aconteceu em 25 de dezembro 2004 envolveu apenas bandas acreanas e uma apresentação teatral.


História:

Lá pelos idos de 2004 em Rio Branco, no Estado do Acre, um grupo de amantes do Rock'n Roll (Ricardo Costa, Roberto Padula, Igor Alves, Victor Michel, Saulo Barros e Fábio Kill), que se reuniam frequentemente para tomar cervejas regradas com churrasco e muito som, resolveu juntar as latinhas de cervejas consumidas, vender e fazer uma festa no final daquele ano.
Com o elevado consumo de cervejas, as vendas das latinhas, para surpresa de todos, renderam uma boa grana e a ideia da festa particular se transformou no “I Feliz Metal” em 25 de dezembro de 2004.
Cinco (05) bandas, mais o teatro Móvel de Juliano Espinhos, se apresentaram no S.B.O.R.B.A. e, por se tratar de um evento beneficente, como entrada, foi cobrado apenas 01(um) Kg de alimento não perecível, alimentos que foram doados no bairro Wilson Ribeiro em Rio Branco.
 A ideia alternativa de custear parte do evento com vendas de latinhas recicláveis durou até a 3ª edição do evento.

Nascia assim o Feliz Metal que se tornou hoje o mais tradicional e expressivo Festival de Rock/Metal do Acre e o mais antigo ainda em franca atividade, a ponto de fazer parte do calendário oficial de eventos do Governo do Acre, em 2008, através da Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer.
Até 2019, são 15 edições, todas realizadas no dia 25 de dezembro, além da edição especial que aconteceu dia 27 de abril de 2018, e que comemorou 15 anos de existência do evento. Na oportunidade a banda Miasthenia foi a grande atração da noite.  53 bandas já passaram pelo evento, sendo: 17 de outros Estados Brasileiros, 02 atrações internacionais e 01 atração do interior do Acre.
                    Da esquerda para direita: Igor Alves, Fábio Kill, Saulo Barros, Ricardo Costa, Roberto Padula e Victor Michel.

Dream Cry Produções Artísticas:

A Dream Cry Produções Artísticas responsável pelo Feliz Metal, em 2004 era formada pelos músicos e produtores: Ricardo Costa (Ricardinho), Roberto Padula (Bala), Igor Alves e Victor Michel, e ainda Saulo Barros e Fábio Kill.
            A equipe passou por algumas modificações do decorrer desse período, vários simpatizantes do evento e amigos colaboraram com o Festival, a Dream Cry Produções Artísticas chegou a contar com vários nomes de Produtores e Músicos de Rio Branco, como: Emerson Ferreira (Ema), Pablo Coutinho, Gustavo Cunha, Wyllami, Gabriel Naif. Atualmente Ricardo Costa (Ricardinho) e Ricardo Padula (Ri), fazem parte oficialmente da Dream Cry Produções Artísticas, tendo como parceiros e apoiadores: Roberto Padula (Bala), Igor Alves, Victor Michel, Saulo Barros, Isaac Ronalti, Vilmar Boufleuer, Sara Helena, Vanderly, Márcio Amorim, Samara, Aldine, Eduardo Cupu e carolino Neto  entre outros.


Arrastão Solidário:

            Em 2008, a Dream Cry Produções Artística, após conversa com o Presidente dos Gaviões da Amazônia, Eduardo Charbel, criam o Arrastão Solidário, atividade, que em parceria com vários outros motoclubes de Rio Branco, soma na arrecadação não só de alimentos, mas também de roupas e brinquedos para doações.

Parceria de Ítalo Rocha:

            A partir da 4º edição do Feliz Metal, Ítalo Rocha, fecha parceria com a Dream Cry Produções e passa a fazer as artes do evento.














 


Onde acontece:

            Por falta de local para atender esse tipo de atividade, o Feliz Metal, já aconteceu em vários espaços em Rio Branco, como: S.B.O.R.B.A., Lua Azul, Clube Atlético Acreano, Sahara, Afeletro, Atlético Clube Juventus, A.A.B.B., Vila Club, Espaço 14º BIS, Concha Acústica de Rio Branco e finalmente Studio Beer, casa noturna de Rio Branco que recebe vários shows voltados ao estilo.

                                                                                      I Feliz Metal - S.B.O.R.B.A 25 de dezembro de 2004.
Algumas das bandas que já passaram pelo Feliz Metal:
Steel Warrior (Itajaí/Santa Catarina);

Sortilégio (Porto Velho/Rondônia);

Incinerador (Porto Velho/Rondônia);
Crystal Lake (Leme/São Paulo);

Bedroyt (Porto Velho/Rondônia);

Torture Squad (São Paulo/São Paulo);

Fates Prophecy (São Paulo/São Paulo);

Korzus (São Paulo/São Paulo);

Claustrofobia (São Paulo/São Paulo);

Pastore (São Paulo/São Paulo);

Apokalyptic Raids (Rio de Janeiro/Rio de Janeiro);


Morte Lenta (Porto Velho/Rondônia);
Nylon Maiden/Thomas Zwijsen – (Holanda);

Blaze Bayley (Inglaterra);

Turbo Aggressor (Porto Velho/Rondônia);
Dark Avenger (Brasília/Distrito Federal);


Miasthenia (Brasília/Distrito Federal).

Agression (Campo Grande/Mato Grosso do Sul).

Histórico de edições do Feliz Metal



Data
Bandas/Atrações
Patrocínio/Apoio
25 de dezembro de 2004
Silver Cry (Rio Branco/Acre), Dream Healer (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Soldier (Rio Branco/Acre) e Lona Blues Boys (Rio Branco/Acre). Teatro Móvel de Juliano Espinhos.
Dream Cry Produções Artísticas, Comauto, Gráfica Estrela, Palhuka´s, CD Express, Stop Car, www.cys.mus.br
25 de dezembro 2005
Silver Cry (Rio Branco/Acre), Soldier (Rio Branco/Acre), Bedroyt (Porto Velho/Rondônia) e Steel Warrior (Itajaí/Santa Catarina).
Dream Cry Produções Artísticas, Palhuka´s, CD Express, www.cys.mus.br
25 de dezembro de 2006
Auttreyd (Rio Branco/Acre), Silver Cry (Rio Branco/Acre), Dream Healer (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Sortilégio (Porto Velho/Rondônia), Incinerador (Porto Velho/Rondônia
Dream Cry Produções Artísticas, IESACRE, Casa Yunes, Tupinambás Lima, J.B. Som, Catraia, Art Mag, Fundação Garibaldi Brasil.
25 de dezembro de 2007
Survive (Rio Branco/Acre), Silver Cry (Rio Branco/Acre), Dream Healer (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Crystal Lake (Leme/São Paulo).
Dream Cry Produções Artísticas, Casa Yunes, Fundação Elias Mansour, Fundação Garibaldi Brasil e Márcio Batista.
25 de dezembro de 2008
Survive (Rio Branco/Acre), Silver Cry (Rio Branco/Acre), Dream Healer (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Wildchild (Rio Branco/Acre), Mártires (Rio Branco/Acre), Metal Live (Rio Branco/Acre), Raw Ride (Rio Branco/Acre), Zebulom (Rio Branco/Acre), Soldier (Rio Branco/Acre), Scalpo (Rio Branco/Acre), Suicide Spree (Rio Branco/Acre), Bedroyt (Porto Velho/Rondônia), Torture Squad (São Paulo/São Paulo).
Dream Cry Produções Artísticas, Banco do Brasil, Fundação Elias Mansour, Fundação Garibaldi Brasil e Gaviões da Amazônia.
25 de dezembro de 2009
Survive (Rio Branco/Acre), Silver Cry (Rio Branco/Acre), Raw Ride (Rio Branco/Acre), Suicide Spree (Rio Branco/Acre), Seventy Hills (Cruzeiro do Sul/Acre), Bedroyt (Porto Velho/Rondônia), Sortilégio (Porto Velho/Rondônia), Fates Prophecy (São Paulo/São Paulo) e Korzus (São Paulo/São Paulo).
Dream Cry Produções Artísticas, Banco do Brasil, Loja Heaven and Hell, Casa Yunes, Bessa Terraplanagem, Roadie Crew, Fundação Elias Mansour, Fundação Garibaldi Brasil e Gaviões da Amazônia
25 de dezembro de 2010
Kingdom of Steel (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Raw Ride (Rio Branco/Acre), Suicide Spree (Rio Branco/Acre), N.E.C. (Porto Velho/Rondônia)*, Seventy Hills (Cruzeiro do Sul/Acre)* e Claustrofobia (São Paulo/São Paulo).
* Por conta o cancelamento do voo entre Porto Velho-RO e Cruzeiro do Sul-AC, não foi possível a apresentação das bandas.
Dream Cry Produções Artísticas, Fundação Elias Mansour, Consultacre, K&S.
25 de dezembro de 2011
Maria Joana (Rio Branco/Acre), Scalpo (Rio Branco/Acre), Silver Cry (Rio Branco/Acre), Discórdia (Rio Branco/Acre), Guerrilla P.A. 44 (Rio Branco/Acre), Raw Ride (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Suicide Spree (Rio Branco/Acre) e Pastore (São Paulo/São Paulo).
Dream Cry Produções Artísticas, Fundação Garibaldi Brasil, Ábaco Engenharia,
25 de dezembro de 2012
Scalpo (Rio Branco/Acre), Discórdia (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Morte Lenta (Porto Velho/Rondônia) e Apokalyptic Raids (Rio de Janeiro/Rio de Janeiro).
Dream Cry Produções Artísticas
25 de dezembro de 2013
Walls Of Death – W.O.D. (Rio Branco/Acre), Discórdia (Rio Branco/Acre), Morte Lenta (Porto Velho/Rondônia), Nylon Maiden/Thomas Zwijsen – (Holanda) e Blaze Bayley (Inglaterra).
Dream Cry Produções Artísticas, Dental Rio Branco, OAB/CAAAC, Auto Master, PI Rock Store, Fundação Elias Mansour, Fundação Garibaldi Brasil, UFAC, Esfera Produções.
25 de dezembro de 2014
Headless (Rio Branco/Acre), Death Silence (Rio Branco/Acre), Chaos AC (Rio Branco/Acre), Metal Jacket (Rio Branco/Acre), Turbo Aggressor (Porto Velho/Rondônia), Dark Avenger (Brasília/Distrito Federal)
Dream Cry Produções Artísticas, PI Rock Store, Fundação Elias Mansour, Fundação Garibaldi Brasil, Isaac Ronalti, Luthiacre, Arte Nativa e banda Headless.
25 de dezembro de 2015
Lost Cause (Rio Branco/Acre), Death Silence (Rio Branco/Acre), Born Hell (Rio Branco/Acre), Road Wolf (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre) e the Classics (Rio Branco/Acre).
Dream Cry Produções Artísticas, UFAC, PI Rock Store, CROHMA.
25 de dezembro de 2016
Discórdia (Rio Branco/Acre), No Más (Rio Branco/Acre), Metal Jacket (Rio Branco/Acre), Brutal Death (Rio Branco/Acre), Fire Angel (Rio Branco/Acre), Hylidae (Rio branco/Acre), Death Silence (Rio Branco/Acre) e Born Hell (Rio Branco/Acre).
Dream Cry Produções Artísticas, Fundação Garibaldi Brasil e Fundação Elias Mansour.
25 de dezembro de 2017
Condado Frank Oliver (Rio Branco/Acre), No Más (Rio Branco/Acre), Metal Jacket (Rio Branco/Acre), Necromatticu (Rio Branco/Acre), Hylidae (Rio branco/Acre), Death Silence (Rio Branco/Acre) e Born Hell (Rio Branco/Acre).
Dream Cry Produções Artísticas, Studio Beer.
*27 de abril de 2018
No Más (Rio Branco/Acre), Metal Jacket (Rio Branco/Acre), Necromatticu (Rio Branco/Acre), Hylidae (Rio branco/Acre), Death Silence (Rio Branco/Acre) e Miasthenia (Brasília/Distrito Federal).
Dream Cry Produções Artísticas, Studio Beer, Fundação Garibaldi Brasil, Isaac Ronalti.
25 de dezembro de 2018
No Más (Rio Branco/Acre), Discórdia (Rio Branco/Acre), Necromatticu (Rio Branco/Acre), Hylidae (Rio branco/Acre), Death Silence (Rio Branco/Acre), PHC (Porto Velho – RO) e Aggresion (Campo Grande – Mato Grosso do Sul)
Dream Cry Produções Artísticas, Studio Beer.

* Edição Especial comemorativa de 15 anos.

Contatos:
(68) 999990754
(68) 992380022
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